quarta-feira, 21 de julho de 2010

A beleza da arte

Nessas férias tenho me ocupado basicamente em ver filmes e ouvir música. Tenho buscado material da melhor qualidade possível, e digo que tenho encontrado coisas muito boas. É incrível como uma boa música, um bom filme ou bom seriado pode fazer com que nossa mente se abra a novas perspectivas, quebre certos paradgimas e nos dê novos horizontes para pensar e entender o mundo.

Um filme não precisa ser milionário, com centenas de efeitos especiais para ser magnífico. Um bom enredo, bons atores, trilha sonora e cenário, podem fazer da mais simples das produções, o melhor dos filmes. Prova disso é o filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain", por exemplo. Um filme que não possui extraordinários efeitos especias, mas que em compensação possui um leque de atores excelentes, sem falar no enredo e no cenário do filme, Paris, mais precisamente.

Com a música não é diferente. Letras poéticas, que representam tudo aquilo que os compositores realmente sentem fazem com que quem as ouve pare e pense na vida. Basta que escutemos as músicas de Vinicius de Moraes, ou Cartola, por exemplo, dois poetas que eu particularmente gosto. Podemos ainda pensar em Renato Russo, ou Cazuza, que sempre tinham alguma mensagem pra passar em suas músicas, fossem essas mensagens de cunho sentimental ou social. Bons tempos da música.

A arte, em geral, é indispensável à formação de um indivíduo. Seja a música, a pintura, o desenho, o teatro ou o cinema, ou qualquer outro tipo de arte, nada ao meu ver, é mais eficiente para expandir os horizontes de alguém. Aulas de história da arte, ou de qualquer tipo de manifestação artística deveriam ser obrigatórias nas escolas. Hoje tem-se Educação Artística no curriculo das escolas, porém, pelo menos como eu tive aulas, essa disciplina nada ensina sobre arte. A única coisa que fazíamos em sala eram desenhos, sem sentido nenhum para os alunos, que leigos sobre o assunto, simplesmente faziam qualquer desenho, sem objetividade nenhuma.

Um bom filme, um quadro, uma música são capazes de fazer com que nossa mente viaje para um outro universo, um universo diferente do qual nós vivemos, que como eu disse, faz-nos ver o mundo com outra perspectiva, faz a gente crescer como pessoa, como cidadão. Quiçá ainda desenvolver senso crítico nos cidadãos, que hoje têm caído cada vez mais num profundo conformismo e descrédito com a humanidade, com o mundo, com a política, entre outros.

A arte pode ser um ótimo instrumento na educação, por exemplo. Filmes são exibidos para alunos, dependendo do que estudam no momento, e dependendo do conhecimento do professor para tal. Um filme sobre a Segunda Guerra, por exemplo, sempre enriquece uma aula de história sobre o assunto.

Que a arte não se torne somente mais um produto do capitalismo, que não seja feita exclusivamente para venda. Já temos demais disso. No que diz respeito à música então, nem se fala. Porém não posso generalizar. Há excelentes músicas sendo feitas hoje, por músicos e compositores talentosos e que realmente fazem aquilo com sentimento. Que o cinema siga por esse caminho também, o teatro, as artes plásticas e outras, para que nosso capital cultural seja cada vez mais rico.

Bruno Joly

domingo, 11 de julho de 2010

Educação e nosso poder de mudança

Antes de começar a postagem, peço desculpas à quem acompanha este blog, pelo vazio que tomou conta daqui nos útimos tempos. Não tive muito tempo para parar e escrever algo de interessante aqui. Tentarei não ficar mais tanto tempo sem escrever nada aqui.

Nesta postagem falarei sobre educação.

A educação tem estado muito presente na minha vida desde maio, quando passei a integrar um projeto do Governo Federal que visa melhorar as condições de ensino na rede pública. Hoje, acompanhando o twitter, vi algumas postagens que diziam o porquê de as novelas nunca transmitirem valores referentes à educação. Como diziam os autores das postagens, nas novelas, os personagens são valorizados pelo carro que têm, pela roupa que possuem, pela beleza física, entre outras futilidades. Como isso se reflete na nossa sociedade?

É certo que grande parcela da população brasileira assiste as novelas de televisão, e do mesmo modo, grande parte dessas pessoas são influenciadas pelo que se transmite nas novelas. Sabemos hoje da realidade do ensino público brasileiro. Está cada vez pior. Ouvem-se as pessoas reclamarem, atribuirem a culpa a tudo e todos, menos a si mesmos. Mas, quais são os valores que transmitimos aos alunos de hoje? O que os pais cobram dos filhos? O que exigem deles?

Segundo as novelas, o que é importante são atributos físicos e financeiros, certo? Pois bem, tais valores estão sendo enraizados com tremenda força em nossa sociedade. Não se dá valor a quem é inteligente, mas sim, a quem é bonito - de acordo com os padrões de beleza impostos pela mídia - a quem tem o carro mais legal, o garoto que é mais forte, etc. A educação não tem ficado mais nem em segundo plano na vida das pessoas...tem ido parar em último lugar.

Alunos desinteressados em aprender, professores desinteressados em ensinar, coordenadores pedagógicos, cuja função é auxiliar alunos com problemas, sejam eles pessoais ou escolares, prejudicam ainda mais os alunos. De acordo com este quadro, não sei se há alguma moral para se cobrar entidades maiores sobre a situação da educação pública. Não estou querendo retirar a culpa de tais entidades, jamais, afinal, eles têm uma parcela de culpa enorme pelo seu descaso, falta de investimento e salários ridículos à servidores e docentes.

O desisnteresse dos alunos, sob meu ponto de vista, é reflexo dos valores que são passados à eles. Atualmente, eles não vêm o porquê de irem à escola todos os dias. A estrutura escolar está errada e poucas pessoas vêm tentando fazer algo para mudar essa realidade. Nosso maior desafio hoje é dar sentido à escola, dar uma razão para que os alunos se sintam atraídos pela escola, tenham gosto por ela. A escola não pode ser vista só como uma obrigação, como uma rotina.

Este ano é ano de eleições. Uma das coisas que está ao alcance de todos é sair de dentro das bobagens das novelas e atentarem um pouco às propostas dos políticos no que diz respeito à educação, para que tenhamos realmente o direito de cobrar alguma coisa. O poder da mudança está nas mãos de cada brasileiro, basta usar este poder com consciência perante uma urna eletrônica.

Bruno Joly